terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lembranças e Insônia

Nos braços da noite ele se envolvia novamente, sempre o mesmo conforto imaculado, aquele carinho que lhe era tão familiar. O mesmo refúgio na solidão crescente, a mesma fuga que sepre procurava. Todas as noites, as mesmas noites. Essa era a verdade tão desejada por seu coração mas as lembranças nunca o deixariam em paz, pois uma vez há muito tempo atrás, as noites em claro foram sinônimo de muito mais que apenas silêncio e insônia.

As suas lembranças sempre lhe foram os seus maiores tesouros, mas nessa noite ele se perguntava até quando seria o bastante? Até quando poderia se alimentar do que já fora para ter esperança na estrada à sua frente?

Como sempre, em sua mente, as perguntas ecoavam como uma nota constante e aguda. Sempre as mesmas dúvidas assim como os velhos remédios, antigos conhecidos: música e vinho, o acompanhamento perfeito para mais momentos de cumplicidade com suas fiés amantes, aquelas que estavam lá esperando o seu retorno. A noite escura e a solidão vazia.