quarta-feira, 25 de março de 2009

Arriscar ou Desistir

Você consegue perceber que você deve desistir de algo? Devemos seguir todos os provérbios e conselhos de livros de auto-ajuda que nos dizem que jamais devemos desistir? Pense só o tempo que economizamos e o sofrimento que podemos evitar ao simplesmente desistirmos, mas como vamos saber que devemos desistir? Afinal é uma decisão baseada em uma probabilidade, e como se pode ter certeza de algo que ainda não aconteceu?
Como qualquer outra decisão que afete a nossa vida futura, que afete o caminho que vamos seguir, é uma decisão baseada principalmente na incerteza. Então é possível determinar se vale a pena o risco? O que é mais certo afinal? O que está acontecendo agora ou o que pode acontecer? Como podemos escolher se arriscar em algo sacrificando o que se tem no presente?
Muitas pessoas têm aquela resposta pronta: “você não vai saber se não se arriscar”, mas será que o meu presente esta tão ruim assim para que eu tenha que apostar com o destino as minhas conquistas presentes para tentar talvez algo melhor pro meu futuro? Isso me parece coisa de mercado financeiro, soa tão capitalista, tão insensível.
Ao mesmo tempo tenho que admitir que não podemos viver sem nos arriscarmos. Não podemos simplesmente desistir sempre que a vida nos exigir um pouco mais. Então acabo de entrar em um paradoxo, mas eu não posso dar respostas evasivas assim, deve haver respostas para essas perguntas.
Acho, não, tenho certeza que tudo vale a pena desde que você não ponha em primeiro lugar só o que você pode ganhar, para mim o mais importante é o que você pode perder. Muitas pessoas vêm e me falam: “você está sendo covarde” ou “prefiro me arrepender por algo que fiz do que por algo que não fiz”, eu digo prefiro não fazer merda e estragar a minha vida, ou a de outras pessoas em prol de uma vitória pessoal, isso se chama respeito, auto-estima e responsabilidade. Falo isso porque vi algumas vezes em minha vida pessoas abandonando amigos, pais e namorados para conseguir realização profissional ou pessoal. Já pensou você ter que deixar todos que lhe amam para ser feliz? Da para perceber a incoerência disso? A sua felicidade não está onde te amam?
A felicidade não está lá no futuro, a felicidade tem que estar aqui do seu lado. Essa é a verdade, ela tem que estar caminhando com você, desse modo todo o dia pode-se flertar com ela e quem sabe levá-la pra casa. Não ponha a sua felicidade em um fato futuro, em um talvez.
Pense bem, se você precisa ir até um cassino apostar tudo o que conseguiu para ser feliz, sinceramente algo deve estar errado, então é melhor você desistir, ou parar para avaliar melhor e pensar, e principalmente nunca vai valer a pena colocar o amor na mesa de aposta, porque a banca com certeza vai ganhar.
Eu não acredito em tudo ou nada, é muito para se processar, se para você arriscar parece mais fácil do que desistir, então arrisque porque você realmente não tem nada a perder, mas saiba de uma coisa, ou você não tem nada a perder porque você não tem nada, podendo ser uma questão prática do tipo: arrisco pouco e ganho muito, ou você é egoísta o suficiente para não se importar com o que está arriscando, em todo caso não faz diferença, é melhor você apostar. Mas nunca se esqueça suas decisões não afetam só você.

domingo, 22 de março de 2009

A rua, a chuva e o muro

”Daqui a pouco vai chover”, ele pensou enquanto caminhava para casa. Caminhava em uma rua pouco iluminada e aparentemente deserta, parecia estar perdido pra quem o observasse. Mas não estava, essa noite ele só queria vagar sem rumo, só desejava parar de pensar por um segundo, respirar e caminhar era o que ele queria fazer, fingir que isso era a coisa mais importante a se fazer.
Mas como estava tentando não pensar, acabou por não perceber que entrara em uma avenida mais movimentada. Era tarde, mas havia muitas pessoas caminhando pelas calçadas, elas esbarravam nele e continuavam a caminhar como se não o tivessem percebido. Havia um engarrafamento enorme, algum tipo de acidente tinha acontecido mais a frente, alguns motoristas desceram dos seus carros cansados de esperar e reclamavam uns com os outros, enquanto outros iam ver as pessoas que sangravam no asfalto.
Ele viu meninas vestidas e maquiadas como se fossem mulheres adultas, viu meninos conversando como se fossem adultos, falando de sexo e bebidas que experimentaram. Viu mulheres mais velhas fingindo ser garotinhas, e homens adultos procurando garotinhas.
O cheiro dessa rua era uma mistura de suor com perfume, que ao mesmo tempo gostava e o repugnava. Continuou caminhando, mas decidiu ficar mais atento. Pôde ver através das vidraças dos prédios que milhares de pessoas se aglomeravam na frente de computadores, ouviu o que parecia ser música, mas eram tantos instrumentos sendo tocados ao mesmo tempo, e mesmo assim nenhum deles tocava a mesma música, era uma cacofonia de sons absurdos.
Em uma academia viu mulheres, todas de cabelo loiro e corpos esqueléticos, correndo em esteiras, do outro lado da rua, em um bar, todos que estavam lá começaram a fazer sexo, nas mais bizarras combinações. Ele teve a impressão que todos estavam desesperados, parecia que estavam fazendo a última coisa que podiam antes de morrer de forma fulminante.
Viu uma mãe abandonar o filho depois que um carro elegante parou e abriu a porta. Um pai que esmurrava a filha e a esposa ali mesmo na calçada. Em uma praça tinha pequenos grupos que estavam visivelmente uniformizados, pois em cada grupo os integrantes se vestiam da mesma forma, e de repente todos eles começaram a brigar uns com os outros.
Ouviu tiros vindo do meio da briga dos motoristas, e de repente tudo pareceu se acelerar, as pessoas caminhavam mais rápido, digitavam mais rápido, transavam como loucas. As brigas ficaram mais violentas, as mulheres esqueléticas correram tanto que morreram ali mesmo, mas mesmo assim não pararam de correr, as meninas-mulher e os meninos-homem de repente se tornaram adultos e também começaram a transar ali mesmo na rua, as meninas engravidaram, algumas abortaram, outras não. As crianças nasceram e pessoas morreram em meio aquilo, e tudo foi ficando cada vez mais rápido até que finalmente choveu.
A chuva não caia em gotas e sim em torrentes que de tão fortes, derrubava as pessoas, logo começou a inundar tudo, ele correu para se salvar. Conseguiu chegar ao fim da rua, onde só tinha um muro alto no qual ele se agarrou e escalou, de cima do muro ele viu todas as pessoas serem arrastadas por uma forte correnteza, todas juntas, era um rio de gente, mal se podia ver a água e mesmo assim as pessoas tentavam continuar a fazer o que estavam fazendo antes da chuva. Tudo isso pareceu tão absurdo e ao mesmo tempo tão familiar.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Reflexões Sobre O Tempo

A noite é a nossa mãe, pois ela é sempre carinhosa e agradável, seu manto negro acaricia o mundo com se ele fosse o seu bebê sonolento e qualquer que fosse o infortúnio do dia, a noite é capaz de levar embora.
O dia é o pai. Do seu abraço caloroso vem a energia para prosseguirmos. A sua luz nos mostra o caminho, durante o dia podemos ver o horizonte do nosso destino.
Com o casamento deles, temos o tempo que anda em círculos bem a nossa frente, pois no universo ele não é livre, é puxado e às vezes arrastado por seus grilhões, sem nunca saber quem é o seu mestre. E nós com nossa arrogância tentamos frear o que não pode ser parado. O tempo, sempre continua o seu caminho, invisível aos olhos, mas o sentimos em nosso corpo, em cada batida do coração.
Nada que existe é mais rígido que ele, o tempo está acorrentado ao que é e ao que vai ser. Em seu eterno ciclo de ir e continuar indo, vemos o que é novo chegar e o que é antigo partir.
Essa é a sua verdadeira marca, o que vem e o que vai durante a sua passagem. A cada instante ganhamos algo ou perdemos algo, muitas vezes sem perceber. Essa é a nossa vida, esse é o desafio.
Acorde enquanto há luz e siga a estrada. Quando a escuridão chegar e o cansaço bater, descanse. Amanhã o clico se repete e o tempo passa, arrastando-nos junto com ele em sua jornada, e cada um só tem o intervalo de uma vida para ver o final da história. Pois quando alcançamos a hora, nada mais pode ser feito.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Perseguição

Correr, ele tinha que continuar correndo. Era só o que importava, mas o ar nos pulmões já queimava ao respirar, suas pernas doíam, o peso do corpo tinha triplicado. Mas ele tinha que correr só mais alguns metros.
Nunca sentiu tanto medo em toda sua vida, parecia que o medo lhe tirava todo o arbítrio, seu corpo só conseguia fazer uma coisa: fugir. Então quase caiu no chão de cansaço quando avistou o prédio onde morava. Não podia parar para descansar estava tão perto. Desacelerou o ritmo para atravessar a rua, nesse momento pôde ouvir o seu perseguidor. Voltou a correr e praticamente colidiu com a porta de entrada do prédio.
Entrou e logo no ali na entrada se sentiu aliviado, olhou para a rua, mas não viu ela. “Ela deve ter ido embora”, pensou. Subiu as escadas lentamente. Entrou no apartamento, e caiu no sofá, parecia que pesava mais de 200 quilos, quando estava quase adormecendo, ouviu o som de asas. Ela tinha lhe encontrado.
Ele tentou olhar para ela, mas não conseguiu. Podia ver beleza naquela mulher, ao mesmo tempo tinha certeza que aquilo que estava olhando era a criatura mais terrível e horrenda que já pisou na face da terra. Foi ai quando achava que nada mais podia surpreendê-lo, ela tocou-lhe o rosto levemente e levantou o seu queixo para que olhasse diretamente naqueles profundos olhos negros.
Ela disse: “Onde você estava indo?”, sua voz era o som de um eco que parecia vim de um lugar tão distante que mais parecia um sonho, ou melhor, um pesadelo. “Eu estava vindo pra casa.”, ele respondeu. “Porque você não me convidou?”, ao dizer isso ela parecia tão triste, o coração dele se apertou como se estivesse parando, aquela voz perfurou-lhe fundo na alma. “Eu não sei.”, foi o que conseguiu dizer antes de começar a chorar, ficou confuso, pois não sabia o porquê de estar chorando.
Estava de olhos fechados tentando parar de chorar e sentiu alguém sentando ao seu lado e lhe abraçando. “Deixe-me ficar”, ela sussurrou em seu ouvido esquerdo. Ele queria dizer sim, mas não conseguia, por mais que quisesse não podia. “Se eu não ficar, você sabe o que acontece? Talvez eu não volte mais”, dessa vez a voz dela era fria e ao mesmo tempo rígida, como se fosse um bloco de aço se deslocando pelo ar até os seus ouvidos. “Eu não quero que você fique. Você é indecifrável, incerta e inesperada, não vou mais me arriscar e eu sei que em breve você vai voltar e vai me obrigar repetir a escolha, só peço que me deixe em paz”, ao dizer isso ele sentiu como se algo dentro de si se mexesse e saísse do seu corpo, usando as palavras que usou como ponte para o mundo real. Ela suspirou, parecia que todo o ar da sala estava sendo sugado, então disse: “Você está certo, um dia eu volto, mas saiba: tudo que dá prazer, dura só um momento, tudo o que nos aflige é momentâneo, somente o que é eterno tem importância”. Ele pôde sentir quando ela foi embora, pareceu que tinha morrido por um segundo e de repente voltou à vida e abriu os olhos. Ainda era noite, se levantou e ligou a luz do quarto, a primeira coisa que viu quando sua visão clareou foi o quadro, estava logo acima da cama, nele estava escrito: “Carpe Diem”. Jogou o quadro pela janela e voltou a dormir.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Estrelas do Passado

Ele estava velho, costumava dizer que podia sentir em cada osso. Mas não podia largar o emprego. Depois que sua mulher morreu era uma das coisas que lhe fazia feliz. “Quem diria”, ele pensava, “Estou orgulhoso por ser um professor de física”. Realmente quem o conheceu quando era jovem, nunca iria imaginar que aquele garoto cabeludo metido a roqueiro, iria se tornar aquilo que sempre criticou.
“Mas nada disso importa, não quando você está olhando as estrelas.” Sua mulher lhe dizia. Eles se conheceram jovens, antes da faculdade, e nunca mais se separaram. Ele cresceu e mudou, ela só ficou cada vez mais linda. Casaram-se após se formar, ele em física e ela em letras. Tiveram sorte ao comprar uma casa numa área da cidade onde não havia prédios e as casas vizinhas não atrapalhavam a visão do céu. Esperaram anos pela casa certa e não desperdiçaram a chance.
Ele estava sentado no quintal espaçoso e sem árvores, tudo planejado para esse prazer que os dois gostavam de desfrutar juntos, com piqueniques noturnos e longas conversas. Só havia uma cerca - viva que separava a sua casa dos vizinhos.
Podia sentir o cheiro da grama úmida que precisava ser aparada. Era noite de lua crescente. O céu estava limpo apesar de estar na época de chuvas. Então ele lembrou de uma das muitas conversas que eles tiveram deitados naquela grama.
Trinta anos antes, foi no primeiro fim de semana após eles se mudarem para a casa nova. Ela estava lá com ele, deitada em uma toalha de praia recostada em seu ombro com seus longos cabelos negros, ainda podia lembrar do cheiro dos cabelos dela, sentir o peso da cabeça dela no seu ombro. Era a noite de seu aniversário.O presente tinha sido aquela casa que ele pôde comprar para viver com a mulher que amava.
Gostava de falar sobre as estrelas para ela. Contou-lhe que a luz das estrelas mais próximas que enxergamos no céu, leva em média trinta anos para chegar a terra. Disse que ao olhar para o céu estrelado, você está vendo o passado.
Então ela disse: “Então estou vendo você nascer e essa luz, que agora me encanta, nasceu junto contigo, e vocês dois vieram até mim. E aqui estou eu encantada e feliz por vocês terem vindo. Isso é que deve ser destino”.
Ele a abraçou junto ao seu corpo e a beijou. Fizeram amor pela primeira vez naquela casa, cuja qual foi lar deles até o dia que ela partiu.
Quando deixa-lo não era mais uma opção, ela lhe disse: “Querido até as estrelas morrem não é?” e ele respondeu: “Verdade, meu amor, mas sem antes levar tudo que está perto delas consigo, eu quero ir com você, continuar fazendo parte de você.”. Então ela tomou a mão dele, segurou-a contra o rosto e disse: “Quando você vai aprender que até a física pode se enganar”, depois esboçou um sorriso e ele teve que aceitar, ele nunca negava nada àquele sorriso.
Agora ele estava lá, olhando para o passado sozinho, para o dia em que viram o início da estrada, estrada que os levou a colidirem. Depois da colisão um novo universo se abriu, um universo só deles. Ela estava errada, mais uma vez a física estava certa, o sol da vida dele morreu, e no seu lugar ficou um buraco negro, que um dia vai engolir tudo que está em volta, ai o final vai chegar.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sem Coração

Havia um homem.
Um homem incompleto.
Homem de verdade.
Isso tava certo?

Ele era vazio.
Sentia algo faltar.
Disso não sabia.
Até alguém contar

Ele tinha olhos.
Pois podia enxergar.
Cérebro estava lá.
Era fácil pensar.

Fígado não faltava.
Não tinha coração.
Sangue não corria.
Mas tinha pulmão.

Ele podia respirar.
Fome ele sentia.
Médico não conseguia.
Nada disso explicar.


Como ele podia?
Sem sangue viver.
Só ele sabia.
Fazer isso acontecer.

Ele nada sentia.
Faltava o coração.
Fome ele conhecia
Não tinha paixão.

Quem não gostaria.
Todos podem invejar.
Nunca mais sofrer.
Jamais se magoar.

Eu não gostaria.
Isso posso dizer.
Eu lhe pergunto.
Você pode fazer?

Ele sentia frio.
Homem sem coração.
Sangue não havia.
Não tem solução.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Uma Vida de Clichês

Todo mundo quer ter uma vida única, todos querem se destacar na multidão. Mas o que acontece é que nós todos temos vidas repletas de clichês. Como disse certa vez Renato Russo: “Eu sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas”. É até uma presunção ao dar início a esse blog pensar que eu vou dar a luz palavras totalmente originais, eu sei que não.
É só mais um clichê eu estar escrevendo aqui, mas isso quer dizer o que? Será que os clichês que permeiam as nossas conversas e nossas vidas são tão ruins assim, será que é o fim do mundo vivermos em um clichê? É isso que, desde ontem quando fiz a minha primeira postagem e inaugurei o blog, anda me incomodando.
Recentemente eu vivi um, depois de passar muitos anos vivendo algo que para mim estava longe de um clichê, de repente se transformou no maior deles, não posso falar muito disso agora, mas é esse o motivo desse assunto vir a tona. Eu me tornei um clichê.
A pergunta é: será que podemos passar as nossas vidas incólumes sem nunca viver um clichê? A resposta é não. Não que eu ache isso o fim, até um mês atrás eu achava, mas como tudo mais na vida, nós temos que aceitar o que não pode ser evitado.
Afinal o que por definição é um clichê? Vamos pegar o dia de ontem, domingo dia 8 de março de 2009, o que você fez para a mulher da sua vida? Para sua mãe, irmã, amiga, namorada, noiva, esposa, amante etc. Com certeza o dia de ontem tem um significado histórico e moral muito grande, já que é uma data internacional de comemoração e homenagens às mulheres, você conseguiu fugir do clichê de dar rosas, flores ou um presente a essa mulher (ou mulheres em alguns casos)? Você conseguiu dizer alguma coisa para a mulher que ama sem ficar com a impressão de que já ouviu isso antes? Se a resposta for sim, parabéns. Pode ter certeza que o dia valeu a pena. Eles são fórmulas que foram testadas e comprovadas. São atitudes, palavras e situações que já foram experimentadas por milhões de pessoas no mundo, se para alguns deu certo, porque não haveria de dar certo para outros. É saída mais fácil quando se tem que dizer algo importante, ou quando se tem que lidar com uma situação comum. É a própria essência do compre feito.
Então se puder evite ser mais um clichê, tente ser original é o que eu penso, não que eu consiga, mas eu tento. Mas se tudo falhar, aproveite dele, pois pode ter certeza que os clichês são inevitáveis por um bom motivo. Agora nunca negue a teoria do “faça você mesmo”, talvez essa seja uma boa forma de se viver: não se incomode em fazer parte da grande engrenagem da sociedade, mas se de vez em quando você puder girar para o outro lado sem perturbar o equilíbrio universal e destruir todo o universo, faça isso, aproveite a chance e faça esse bem a você mesmo. Não se esqueça que todos sempre temos escolhas, a toda hora tomamos decisões e essas decisões são o que no final nos definem como sendo mais um clichê ou não, a essência da diferença entre as pessoas não é a aparência e sim as escolhas que cada um toma para si. Pense e escolha, são as palavras do dia. Escolha o clichê que melhor servir para você e seja feliz com a sua escolha.

domingo, 8 de março de 2009

Nascimento e Libertação

Iniciar ou começar algo novo pra mim é uma experiência que vale a pena ser avaliada, pois não é a toa que no parto (pelo menos é o q se diz) a mulher experimenta a pior dor que organismo humano pode vivenciar. Bom eu não sei se isso é verdade, o que eu sei é que com certeza têm um objetivo.
O que é mais difícil nesse mundo louco e caótico que vivemos: começar ou terminar? Pra mim sempre foi começar.
O começo de qualquer coisa pra mim sempre veio acompanhado de um medo inerente de que não fosse dar certo. De que eu estivesse fazendo a coisa errada. Só houve uma vez na qual eu comecei algo com a plena certeza de que não havia nada há temer, mas infelizmente eu estava errado. Eu tenho medo de começos Por lógica é mais fácil aceitar o fim do já que faz parte da natureza biológica e filosófica da vida do que o começo, nós sabemos que ao nascermos automaticamente um fim é criado e nós vivemos por esse dia, alguns dão mais valor ao fim, esse é o meu caso, como eu já disse, temo o início, mas a coisa da qual eu realmente tenho medo é do fim, tenho medo que a história termine. Mas como pode ser isso se todos os dias quando acordamos damos inicio a um novo dia? Primeiro porque nós não paramos pra pensar. E segundo porque não há nada mais forte que a esperança, nada na humanidade é mais poderoso. Hoje eu parei pra pensar e resolvi começar algo, escolhi ter esperança, essa decisão surgiu depois que algumas pessoas pararam pra pensar e decidiram que o fim era uma boa escolha, eu não acredito em finais, eu acredito em eternidade.
Faço isso por pura emoção e esperança, na profusão de sentimentos na qual me afogo agora, cujos quais eu sinto explodir no meu peito. Eu estou em trabalho de parto pra gerar algo novo, algo que eu nunca fiz antes, algo que na verdade sempre quis fazer, mas por algum motivo escolhi não fazer, então agora eu volto ao começo de tudo, volto aos meus 10 anos de idade, eu volto a escrever, me expressar, esse é o filho que nasce hoje das entranhas da minha alma e do meu coração confuso, sofrido e por vezes solitário, mas que acima de tudo tem esperança nesse novo começo e num fim que nunca vai chegar. Por que sem ela só restaria o fim. Eu trago a minha palavra a todos que quiserem compartilhá-la. Trago um grande pedaço de mim que ficou guardado a tempo demais pedindo pra sair, o que só foi possível devido à dor, o que faz desse parto algo original e ao mesmo tempo corriqueiro já que segue todos os parâmetros de outros partos e inícios, agora eu aceito a dor que advém desconhecida no começo e certeira no fim, então agora começa e eu guardo esperança de que não haja um fim.