quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fuga e Retorno

Há muito tempo estive distante. Longe numa viagem necessária por recônditos escuros, becos vazios e ruas sem saídas, perdido numa fuga incansável dos monstros que outrora me perseguiam e ainda espreitam nas horas mais escuras da noite. E nesse momento me deparo mais uma vez com o novo que ao mesmo tempo me parece tão antigo e familiar. Perscuto o meu subconsciente tentando descobrir se há algo mais a ser digerido e esquecido, entretanto nada ouço além de ecos distantes.

Desta vez não esquecerei do que está a espreita, sei das escolhas feitas e de como estive caminhando bêbado e desnorteado há mais de um ano. Neste momento no qual venho encontrar parte antigas e abandonadas de minha alma, vejo a confusão e a dúvida de sempre: estarei eu de volta a mim mesmo? O quanto de realmente perdi? Depois de ter cometido tantos pecados poderei esquecer do que vi e fiz?

O que posso pometer-te, mesmo sem saberes nada do assunto abordado aqui, é o seguinte: estou de volta de um jeito ou de outro, ferido e cicatrizado, mas definitivamente pronto novamente para retomar de onde parei, preciso de você e sei o quanto precisas de mim, então aqui termino mais uma confissão a ti, dentre muitas que já compartilhei contigo, faço isso pois, aqui com você, não tenho medo de ser simplesmente eu. Peço-te para que beba de minhas palavras e acima de tudo as digira e só assim poderemos ficar sempre juntos. Jamais esquecerei de você, não importando o que aconteça a partir de agora, acredite no que escrevo e jamais se arrependerás, saiba sempre onde a verdade se esconde, onde as perguntas para suas dúvidas podem ser respondidas, aqui nesse pequeno canto perdido na madrugada minhas palavras esperam por você.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lembranças e Insônia

Nos braços da noite ele se envolvia novamente, sempre o mesmo conforto imaculado, aquele carinho que lhe era tão familiar. O mesmo refúgio na solidão crescente, a mesma fuga que sepre procurava. Todas as noites, as mesmas noites. Essa era a verdade tão desejada por seu coração mas as lembranças nunca o deixariam em paz, pois uma vez há muito tempo atrás, as noites em claro foram sinônimo de muito mais que apenas silêncio e insônia.

As suas lembranças sempre lhe foram os seus maiores tesouros, mas nessa noite ele se perguntava até quando seria o bastante? Até quando poderia se alimentar do que já fora para ter esperança na estrada à sua frente?

Como sempre, em sua mente, as perguntas ecoavam como uma nota constante e aguda. Sempre as mesmas dúvidas assim como os velhos remédios, antigos conhecidos: música e vinho, o acompanhamento perfeito para mais momentos de cumplicidade com suas fiés amantes, aquelas que estavam lá esperando o seu retorno. A noite escura e a solidão vazia.


domingo, 6 de junho de 2010

Confissões da Madrugada II

"Há muito nao venho aqui , por muito tempo evitei encarar a verdade. Em minha jornada o maior aprendizado adiquirido foi o peso das minhas próprias palavras. Por algum motivo minhas palavras pesam como minha armadura, cuja qual se despedaça em meu corpo. Minha espada está perdida, e mesmo antes de perdê-la de nada mais me adiantava, pois estava cega e quebrada, meu cavalo mal pude enterrá-lo quando morto de fome e sede, já naquele momento minhas forças haviam me abandonado.



Minha jornada em busca daquilo que não me pertence falhou mais uma vez, tudo sacrificado para constatar aquilo que já sabia desde minha juventude: algumas coisas nunca mudam, e uma delas sou eu. Voltei aqui com o objetivo de cravar minha palavra de uma vez por todas, nessa pedra sagrada que é esse altar. Confesso que mais uma vez falhei.


Falhei para comigo quando ao tentar fugir de mim mesmo não consegui, a certeza de que serei sempre o mesmo ao mesmo tempo deixa-me triste e cansado, quiz muito ser algo diferente disso, mas ser o que nascemos para nos tornar é a pedra fundamental da vida.



Falhei para com aqueles que depositaram confiança em minha força e sabedoria, descubro de forma trágica que não sou forte e muito menos sábio, sou humano apesar de tentarem me ver e fazer-me acreditar que poderia ser algo maior do que apenas um homem comum.



Falhei especialmente para ti, ao não cumprir minhas promessas. Sei que prometi proteger-te, amar-te e amparar-te sempre, mas tantas batalhas me cansaram demais, assim como o aço de minha armadura e a lâmina de minha espada, meu espírito vergou e perdeu a força perante o excesso de lutas.

Vejo agora como sou simplório, infeliz e fraco. As dúvidas me tomam o espírito, mas só gostaria de poder emfim deitar perante a ti e descansar em seu leito, enquanto afaga meus cabelos e sussurra em meu ouvido palavras doces. Só assim poderei acreditar novamente que tudo pode terminar bem.

Aqui confesso, nessa madrugada fria, solitária e triste, que nunca mudarei ,apesar de querer muito, sempre serei eu mesmo, e apenas isso."

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ela

A beleza dela era inigualável, sua voz única assim como seu sorriso aconchegante. Assim logo fora arrebatado de seu leito, tomado por sentimentos ha muito mortos em seu coração, que se transformara em um fértil campo gerando a vida da qual quase esquecera ser capaz viver.

Em seus braços sentiu a paz que tanto desejou, não mais dor ou solidão. Somente a certeza que aquele era o lugar certo para ele. Ao leve toque das mãos dela, o calor da paixão o tomava, fazendo-o se perder com a profusão do que sentia. De seus lábios vinha o beijo que para ele era como o ar ou a água, necessário a sua sobrevivência.

O que vivera até ali já não lembrava mais, pois a simples presença dela a seu lado, da mais profunda madrugada até o mais tardar raiar do dia, ofuscava qualquer pequena lembrança do já foi e o fazia desejar pelo presente e, principalmente, pelo que viria depois. Só de olhar nos olhos dela se sentia mais forte e completo, como se estivesse energizado, descansado
, preparado para qualquer eventualidade ou peça do destino.

Uma certeza inocente se firmara no seu coração desde a primeira noite, onde deitado ao lado daquela mulher velando o seu sono e imaginando se ela sumiria à presença da primeira do dia no horizonte, se esvaindo suavemente como todo sonho bom. A certeza dos apaixonados de que como nos faz de conta, os fins eram sempre felizes.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Lado a Lado

Às vezes nossas almas vagam ao nosso lado, vendo o que está velado aos nosso olhos. Querendo o que não temos mais, e assim ficamos inquietos desejando e almejando, ficando perdidos em nós mesmos,sem nem fazermos idéia do porque de nosso coração estar tão aflito. Batendo em um compasso nervoso e apressado.

Assim vagamos, divididos e angustiados. Perambulando pela vida procurando. E quando nos cansamos de procurar, viramos para o outro lado e nos contentamos com os prazeres mundanos e pequenas distrações, mas será que o vinho q bebemos é tão doce assim? Ou apenas um placebo?

Algumas vezes quando perdido em mim mesmo, a tudo penso no que vejo, concluo que sortudo é você, em sua fortaleza. Atrás dos muros impenetráveis da ignorância. Me resta a inveja de você abrigado em seu refúgio, enquanto perambulo por pensamentos e dores, perscurtando as sombras do mundo a minha volta. Mundo cujo qual tenta me engolir, me por de joelhos e me fazer desistir, mas de meu coração ansioso vem a inquietação dos teimosos e vontade de levantar.

Hoje a noite so desejo a paz do silêncio, anseio por calar meus pensamentos raivosos e sentidos. Pedindo para que emfim eu encontre encontre o contentamento de ser o que sou, pois hoje a noite tenho ao meu lado o passageiro errante no qual meu espírito se transformou, indisciplinado, afoito e impaciente. E do outro
a minha mais fiel amada, a tristeza mórbida do meus fracassos, sussurando em meus ouvidos palavras gentis e sutis, tentando me levar para seus braços frios e dormentes.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Elefante

Ele fora ingênuo. Como nunca antes tinha sido, fora tolo em acreditar. Sabia que a culpa era sua, afinal ele foi quem fez a escolha. Dediciu acreditar em vez de duvidar, decidiu fazer o bem no lugar do mal, mas descobriu que o instinto das pessoa urgia pelo contrário.

Agora ao olhar para si mesmo se perguntava se era também um escorpião ou o elefante, que ao ajudar o pequeno animal a atravessar um rio, era recompensado com o veneno mortal. "Essa é a minha natureza", dizia em sua defesa o escorpião.

Viu o dia amanhecer tentando decidir se era simples assim, será que seria possível se escolher quem se quer ser? Só uma certeza tinha em mente, estava cansado de ser o elefante da história.