terça-feira, 23 de junho de 2009

Campeão

Não sabia há quanto tempo estava lutando. Talvez fosse a vida toda, talvez não. Era impossível dizer, só conseguia se lembrar de estar nessa batalha. Uma luta sem fim contra o único inimigo que conhecera. Não poderia explicar o porquê da luta, somente sabia o que aprendera durante a vida que desperdiçara nessa disputa. Já conheciam os pontos fortes e fracos um do outro, mas até agora a batalha continuava empatada.

Ele tinha a força de vontade de sua concentração. Sua mente era forte, ela comandava seu corpo obrigando-o a continuar. O inimigo era persistente, seu coração batia forte em seu peito, fazendo seu corpo ser mais resistente ao cansaço. Ele não conseguia mais continuar, estava cansado demais.

Decidiu descansar apoiado sobre seu joelho direito, na mão direita a espada e no braço esquerdo o escudo. Fincou a espada no chão e a usou para descansar o pescoço, colocando a mão direita sobre a ponta do cabo e descansando a testa nela. Seu pescoço doía muito devido ao peso do elmo que protegia sua fronte. Decido ao peso da sua armadura e de seu armamento, já sentia o afundar de seu joelho na neve. O frio o lembrou de ficar acordado, não podia desistir, isso era algo que sua mente jamais o deixaria fazer.

Seu inimigo estava de pé encostado numa árvore, ele fora mais inteligente, afinal poderia descansar, e ao mesmo tempo, não teria que fazer o esforço brutal necessário pra levantar com todo aquele peso. Suas armaduras eram idênticas, assim como suas armas e seus olhos. Tudo idêntico, um espelho era o que via ao olhá-lo, e da mesma forma eles eram tão diferentes. Na forma como lutavam, olhavam um para o outro ou ainda como viam o desenrolar da batalha, a única coisa em comum que tinham era a vontade de vencer.

Percebeu que seu inimigo já estava descansado, devido a força do seu coração, esperava por ele se levantar para continuar. Mas ele ficou lá a encará-lo, tentando perscrutar uma forma de vencê-lo, sabia que era só uma questão de tempo, logo estaria derrotado. Mesmo com toda a força de vontade da sua mente, o coração que bombeava o sangue nas veias de seu inimigo era incansável, ao contrário de seu corpo que estava quase resolvendo não fazer o que o cérebro ordenava.

Dessa forma, deixou a espada fincada ao chão e levantou a cabeça. Com a mão direita soltou as amarras do escudo e o largou no chão, afundando na neve, que não parava de cair em flocos contínuos. Conseguiu se levantar sem o peso extra, seu inimigo o olhava confuso, tentando entender o que estava acontecendo. Usando ambas as mãos retirou o elmo, ele estreitava sua visão e o distraía, quando seu peso fazia com que sua cabeça pendesse devido ao cansaço.

Assim, ele ficou de pé com a espada fincada ao chão, esperando. A cada inspiração, o ar frio parecia furar seus pulmões, a dor era muito forte, mas mantinha-o concentrado. Com a dor sua mente ainda podia lidar e agora o cansaço estava mais controlado, devido à diminuição do peso que estava carregando. Abriu os braços e esperou, seu olhar era o do entendimento de que o fim estava próximo e não podia esperar. Então seu inimigo, usando toda a energia que pulsava em seu corpo, devido à ânsia de ter conseguido sobreviver até esse momento, partiu em direção dele. Com o escudo preso ao braço esquerdo à frente, protegendo-o de golpes inesperados e a espada em punho na mão direita.

Ele fechou os olhos e esperou, ao chegar a sua frente seu inimigo teve que desviar da espada fincada no chão, e se aproximou pelo lado esquerdo dele. Mas o inimigo fora distraído, já quase totalmente afundado na neve estava o escudo dele, quando percebeu o seu erro já era tarde demais, teve que se desviar dele para não correr o risco de cair ao pisá-lo, dessa forma quando foi golpeá-lo mirando sua fronte desprotegida, teve que afastar o escudo do corpo para não atrapalhar a precisão do golpe.

Tudo parou para ele, a neve que caía, a respiração de ambos foram suspensas. O mundo parou para suspirar e ver o que ia acontecer, então ele tomou a espada, tirando-a do chão com as duas mãos e afundou-a no peito do seu inimigo quando viu que o escudo não o protegia mais. Um golpe certeiro, onde desde o começo da luta tentou acertar, o coração. Afundou tão fundo a espada que teve que se ajoelhar, para suportar o peso do inimigo que caia de braços abertos sobre ele. Olhou-o no fundo dos olhos e viu a alegria que ele também procurava, a luta terminara e como toda batalha só havia um campeão.

7 comentários:

  1. Oii querido obrigada pelo selinho indiquei os 4 melhores blogs e indiquei o seu beijos
    http://dailyofcamila.blogspot.com/

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  2. Adorei esse texto!

    Ah, obrigada pelos selos! postarei!

    beijão!!!

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  3. tem selo pra ti em meu blog :)
    (como ganhei de você, e você ja os postou, fique avontade para não posta-los)
    :*

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  4. Esse texto é muito bom, tanto que já mandei o link pra um amigo ler!!

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  5. 'Oi Jean...tava meia sumida daqui, sem tempo sabe, mais já estou de volta viu^^
    Passando pra deixar meu carinho...
    Ah...obg pelo selo, ameii^^
    bjoo's no ♥

    =]

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