segunda-feira, 9 de março de 2009

Uma Vida de Clichês

Todo mundo quer ter uma vida única, todos querem se destacar na multidão. Mas o que acontece é que nós todos temos vidas repletas de clichês. Como disse certa vez Renato Russo: “Eu sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas”. É até uma presunção ao dar início a esse blog pensar que eu vou dar a luz palavras totalmente originais, eu sei que não.
É só mais um clichê eu estar escrevendo aqui, mas isso quer dizer o que? Será que os clichês que permeiam as nossas conversas e nossas vidas são tão ruins assim, será que é o fim do mundo vivermos em um clichê? É isso que, desde ontem quando fiz a minha primeira postagem e inaugurei o blog, anda me incomodando.
Recentemente eu vivi um, depois de passar muitos anos vivendo algo que para mim estava longe de um clichê, de repente se transformou no maior deles, não posso falar muito disso agora, mas é esse o motivo desse assunto vir a tona. Eu me tornei um clichê.
A pergunta é: será que podemos passar as nossas vidas incólumes sem nunca viver um clichê? A resposta é não. Não que eu ache isso o fim, até um mês atrás eu achava, mas como tudo mais na vida, nós temos que aceitar o que não pode ser evitado.
Afinal o que por definição é um clichê? Vamos pegar o dia de ontem, domingo dia 8 de março de 2009, o que você fez para a mulher da sua vida? Para sua mãe, irmã, amiga, namorada, noiva, esposa, amante etc. Com certeza o dia de ontem tem um significado histórico e moral muito grande, já que é uma data internacional de comemoração e homenagens às mulheres, você conseguiu fugir do clichê de dar rosas, flores ou um presente a essa mulher (ou mulheres em alguns casos)? Você conseguiu dizer alguma coisa para a mulher que ama sem ficar com a impressão de que já ouviu isso antes? Se a resposta for sim, parabéns. Pode ter certeza que o dia valeu a pena. Eles são fórmulas que foram testadas e comprovadas. São atitudes, palavras e situações que já foram experimentadas por milhões de pessoas no mundo, se para alguns deu certo, porque não haveria de dar certo para outros. É saída mais fácil quando se tem que dizer algo importante, ou quando se tem que lidar com uma situação comum. É a própria essência do compre feito.
Então se puder evite ser mais um clichê, tente ser original é o que eu penso, não que eu consiga, mas eu tento. Mas se tudo falhar, aproveite dele, pois pode ter certeza que os clichês são inevitáveis por um bom motivo. Agora nunca negue a teoria do “faça você mesmo”, talvez essa seja uma boa forma de se viver: não se incomode em fazer parte da grande engrenagem da sociedade, mas se de vez em quando você puder girar para o outro lado sem perturbar o equilíbrio universal e destruir todo o universo, faça isso, aproveite a chance e faça esse bem a você mesmo. Não se esqueça que todos sempre temos escolhas, a toda hora tomamos decisões e essas decisões são o que no final nos definem como sendo mais um clichê ou não, a essência da diferença entre as pessoas não é a aparência e sim as escolhas que cada um toma para si. Pense e escolha, são as palavras do dia. Escolha o clichê que melhor servir para você e seja feliz com a sua escolha.

Um comentário:

  1. Meu caro, Lavousier se sacava da vida...realmente, nada se cria, nada se perde, tudo apenas se transforma. Nossa vida é um eterno ciclo. Clichê? Quase impossível não cairmos neles. Estamos mergulhados num universo de livros, cinema, internet, tv, rádio, comunidades, efim, zilhões e zilhões de meios de interação que nem nos permite engolir direito e quando vemos estamos, mesmo sem consciencia, num estágio quase subliminar, plagiando alguém, uma situação...
    É tudo muito psicodélico nessa porra.

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